domingo, 20 de novembro de 2011

Espanha condecora Maria da Penha


Brasília, 27 set (EFE).- O embaixador da Espanha no Brasil, Carlos Alonso Zaldívar, condecorou nesta terça-feira com a Cruz da Ordem de Isabel a Católica a brasileira Maria da Penha Maia Fernandes, símbolo da luta contra a violência às mulheres.

"Maria da Penha decidiu encarar a violência" cometida por seu ex-marido, que quis matá-la duas vezes e a deixou paraplégica, e "contribuiu" com seu sofrimento e luta para que "o caminho de todas as mulheres seja menos doloroso", declarou Alonso Zaldívar ao fazer a condecoração, concedida pelo rei Juan Carlos da Espanha.

Alonso Zaldívar destacou que o caso da brasileira evidenciou uma situação que milhares de mulheres sofriam, e contribuiu para a conscientização de um problema que "não é exclusivo do Brasil", mas que se repete em todos os países do mundo.

Ao agradecer a condecoração, Maria da Penha avaliou as leis que penalizam a violência de gênero na Espanha, que considerou como "exemplo" para os demais países da União Europeia (UE), e garantiu que essas "lutas não são contra os homens, mas contra os agressores".

A brasileira citou também os dados da Entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e o Empoderamento das Mulheres (ONU-Mulheres), segundo os quais "uma em cada três mulheres no mundo será vítima da violência doméstica durante sua vida", e declarou que o combate às agressões domésticas deve ser considerado uma "luta global".

Atualmente, Maria da Penha é coordenadora da Associação de Estudos, Pesquisas e Publicações da Associação de Parentes, Amigos e Vítimas de Violência no Ceará, seu estado natal, e é reconhecida como uma ilustre defensora dos direitos humanos.

Veja a matéria na íntegra Aqui

Paula B.

Professoras de Direito apresentam trabalho em congresso argentino


por Carlos Alberto Mayer

Professoras do curso de Direito da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) participam, na próxima quinta-feira, das 18h às 20h, do XI Congresso Iberoamericano de Extensión na Universidade Nacional do Litoral em Santa Fé, Argentina. Dentro do eixo “Extensión, Docencia, Investigación: Reflexiones en torno a la problemática de las mujeres”, as professoras Luana Márcia de Oliveira Billerbeck, do Departamento de Direito Processual e Maria Iolanda de Oliveira, do Departamento de Serviço Social farão a apresentação do trabalho ‘Núcleo de Estudos da Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher: Caracterização da Violência Contra a Mulher no Município de Ponta Grossa-Pr, no Ano de 2009’, de autoria das professoras Gracia Maria Vassão Iezak, Iolanda Oliveira, Luana Márcia de Oliveira Billerbeck, Valquiria do Amaral, Sandra Merlo e Najara Pereira.

De acordo com a professora Gracia Maria Vassão Iezak, do Departamento de Direito Processual, o mesmo projeto foi aprovado pelo Programa de Extensão Universitária (ProExt), do Ministério da Educação. “A coordenação foi da professora Luana Márcia de Oliveira Billerbeck e supervisão técnica das professoras Dircéia Moreira, Gracia Maria Vassão Iezak e Maria Iolanda de Oliveira, para os anos de 2011, como projeto de extensão e 2012, como programa de extensão”, explica. Esse trabalho recebeu a contribuição das estagiárias Eduarda Stresser Ferreira, Paula Marques Bertaco e Tathiane Conke do curso de Direito; Najara Pereira, de Economia; Débora Puchalski Bronoski e Tássia Pereira, de Serviço Social, além da advogada Sandra Regina Merlo e da assistente social, Valquíria do Amaral que atuaram como voluntárias.

Gracia ressalta que Programa de Extensão Universitária (ProExt) tem o objetivo de apoiar as instituições públicas de ensino superior no desenvolvimento de programas ou projetos de extensão que contribuam para a ampliação de políticas públicas. “Criado em 2003, pelo Ministério da Educação, o ProExt abrange a extensão universitária com ênfase na inclusão social”, destaca. Ao desenvolver o tema “Integração extensão, docência e investigação para a inclusão e coesão social”, o congresso argentino cumpre o objetivo de trocar experiências relacionadas à extensão universitária, articulado em torno de três eixos temáticos: ciência, tecnologia e sociedade; incorporação da extensão nos currículos; e extensão, docência e pesquisa.

A programação do evento se desenvolverá de 22 a 25 de novembro, com palestras, mesas redondas e apresentações de posters. Em paralelo serão realizados o II Encontro de Museus Universitários do Mercosul; I Encontro de Museus Universitários da Ibero-América; Encontro de Redes Interinstitucionais e Organizações Sociais; I Fórum Ibero-americano de Observatórios Universitários; e III Fórum Nacional de Observatórios Universitários. Para obter mais informações sobre o XI Congresso Iberoamericano de Extensión Universitária, o interessado poderá acessar o endereço eletrônico http://www.unl.edu.ar/iberoextension/. Outros detalhes sobre a participação das professoras do Curso de Direito da UEPG, estão à disposição no blog http://nevicompg.blogspot.com/ ou poderão ser fornecidos pelos fones 3220-3452, 3220-3396 ou no 3224-2339 e 32240933.


Paula B.

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

NEVICOM no ParanáTV

Entrevista com as supervisoras Luana Billerbeck e Maria Iolanda, e com a voluntária advogada Sandra Merlo e assistente social Valquíria do Amaral.


Confira a reportagem na íntegra Aqui!

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Dados sobre a Lei Maria da Penha



Paula


Informações sobre Lei Maria da Penha correspondem a mais de 20% dos quase 2 milhões de atendimentos do Ligue 180

(JB/G1/Folha.com) De abril de 2006 a junho deste ano, a Central de Atendimento à Mulher (Ligue 180) registrou 1.952.001 atendimentos. Desse total, 434.734 referem-se a pedidos de informações sobre a Lei Maria da Penha, o que corresponde a 22,3% do total das ligações.

Balanço dos cinco anos
Durante os cinco anos de vigência da legislação, foram registrados 237.271 relatos de violência (130 por dia), sendo 141.838 sobre violência física; 62.326 sobre violência psicológica; 23.456 sobre violência moral; 3.780 sobre violência patrimonial; 4.686 sobre violência sexual; 1.021 sobre cárcere privado; e 164 sobre  tráfico de mulheres.

Apenas entre janeiro e junho de 2011, o serviço registrou 293.708 atendimentos, sendo que 30.702 deles foram relatos de violência. Desse total, 18.906 se referiam à violência física; 7.205 à violência psicológica; 3.310 à violência moral; 513 à violência patrimonial; 589 à violência sexual; 153 ao cárcere privado; e 26 ao tráfico de mulheres.
Perfil - A maior parte das mulheres que entrou em contato com o Disque 180 é parda (46%), tem entre 20 e 40 anos (64%), frequentou parte ou todo o ensino fundamental (46%) e convive com o agressor há mais de dez anos (40%). Os dados divulgados indicam ainda que 87% das denúncias são feitas pela própria vítima, 59% das mulheres atendidas declararam não depender financeiramente do agressor que, em 72% dos casos, é cônjuge da vítima. Os atendimentos registraram que 65% dos filhos presenciam a violência e 20% sofrem violência junto com a mãe.

Estados 
A Bahia é o Estado com maior número relativo de ligações para o Ligue 180. De acordo com os dados da Secretaria, foram 224 atendimentos para cada 50 mil mulheres. Sergipe foi o Estado com o segundo maior número de ligações, Pará, o terceiro e Distrito Federal, o quarto.
Em números absolutos, São Paulo é o Estado com maior número de ligações, com 44.499 chamados. Entretanto, o Estado aparece apenas em 16º lugar na comparação relativa.
Para a ministra Iriny Lopes, o serviço 180 ajuda na eficácia da lei. “O crescimento da utilização do serviço é contínuo nos últimos quatro anos. Cada vez mais o 180 é utilizado pela confiabilidade no serviço e garantia de anonimato de quem denuncia. As mulheres se sentem seguras e encorajadas ao usarem o 180”, disse Iriny.
Dados da Justiça
Com a Lei Maria da Penha, foram criados cerca de 50 juizados pelo pais especializados em violência doméstica. Mas ainda não estão instalados nos Estados de Sergipe, Paraíba e Rondônia. A ministra disse à reportagem que esteve na Paraíba e discutiu a instalação de juizados no Estado, mas ponderou que a decisão depende do Judiciário e governos estaduais.
Desde a criação da Maria da Penha, 110,9 mil processos de 331,7 mil foram sentenciados. Foram decretadas 1.577 prisões preventivas, 9.715 prisões em flagrante e 120.99 audiências designadas.
Do restante, foram 93.194 medidas protetivas, 52.244 inquéritos policiais e 18.769 ações penais. Os dados são do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), divulgados em março deste ano.

Desafios
Para a ministra Iriny Lopes, além da manifestação do STF, o desafio da lei é ampliar as redes de proteção nos Estados, como instalações de abrigos, delegacias e tratamento das vítimas.
“A casa-abrigo é o fim da linha. É quando a mulher corre riscos dentro de casa e precisa ir para lá. Tem lugar no Brasil que não tem, por exemplo. Quando seremos vitoriosas? Quando estas casas virarem bibliotecas, pinacotecas. Por enquanto, precisamos ampliar a rede”, defendeu a ministra.
Paula

Acesso em: 



Os cinco anos da Lei Maria da Penha

Há cinco anos, a farmacêutica e bioquímica cearense Maria da Penha Maia estava sentada ao lado de Luiz Inácio Lula da Silva para se tornar símbolo da luta contra a violência contra as mulheres. O então presidente sancionava a lei que levava o seu nome e tornava mais rigorosas as punições contra quem agride mulheres. “Essa mulher renasceu das cinzas para se transformar em um símbolo da luta contra a violência doméstica no nosso País”, disse Lula.

Presidente Lula e a ministra do Supremo Tribunal Federal Ellen Gracie ouvem as palavras de Maria da Penha, no lançamento da lei, em 2006
O projeto foi elaborado por um grupo interministerial a partir de um anteprojeto de organizações não-governamentais. O governo federal o enviou ao Congresso Nacional no dia 25 de novembro de 2004. Lá, ele se transformou em projeto de lei, foi aprovado e sancionado em 7 de agosto de 2006.
Lei Maria da Penha foi criada com o intuito de encorajar as mulheres a denunciar a violência no ambiente doméstico, onde, em muitas vezes, a polícia e Justiça não conseguem entrar. Assim, casos que ficaram famosos da Justiça, como o crime cometido pelo cantor Lindomar Castilho, em 1981; a morte da atriz Daniella Perez, o assassinado cometido por Pimenta Neves, a morte de Mércia Nakashima e o desaparecimento de Eliza Samudio, poderiam ter sido evitados.
A nova legislação triplicou a pena para agressões domésticas contra a mulher, aumentou os mecanismos de proteção das vítimas e alterou o Código Penal, permitindo que agressores sejam presos em flagrante ou tenham a prisão preventiva decretada. Pela lei, a violência psicológica também passou a ser considerada violência doméstica e a vítima pode ficar afastada do trabalho por seis meses sem perder o emprego, caso seja constatada a necessidade de manutenção de sua integridade física ou psicológica.
Antes da sanção, processos que envolviam violência doméstica eram considerados de menor potencial ofensivo e levados a juizados criminais, em meio a processos de briga entre vizinhos e de acidentes de trânsito. Com a legislação, foram criados juizados especiais para cuidar do tema.
Os dados divulgados pelo governo e pela Justiça nesses últimos cinco anos indicam que Lei Maria da Penha é eficaz, tendo evitado agressões e ajudado a punir os autores desse tipo de crime. De acordo com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), até julho do ano passado, foram sentenciados 111 mil processos e distribuídos mais de 330 mil procedimentos sobre o assunto. Além disso, foram realizadas 9,7 mil prisões em flagrante e decretadas 1.577 prisões preventivas de agressores.
Para a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia, a legislação mudou completamente a forma como o Estado brasileiro e a Justiça interpretam o espaço público e privado. “Havia um ditado que dizia que, em briga de marido e mulher, ninguém mete a colher, mas mete, sim, se a colher for pesada e violenta. Essa lei vai muito além e pôs outro paradigma que nem nós, juízes, fomos capazes de entender. O que era espaço privado não é mais como antigamente, disse a ministra durante debate realizado em abril deste ano sobre os rumos da legislação. Ainda de acordo com a ministra, a lei também transformou os direitos declarados, como os direitos humanos. "A lei mudou muito mais do que o Congresso é capaz de supor. Ela mudou o direito brasileiro.”
Ao participar do seminário Lei Maria da Penha – 5 Anos, nesta quarta-feira, a ministra-chefe da Secretaria Especial para as Mulheres, Iriny Lopes, lembrou que o texto é considerado uma das três melhores legislações internacionais para o enfrentamento da violência contra a mulher, mas ressalta que, apesar das conquistas, o País ainda não atingiu o estágio de tratar adequadamente as mulheres. “Na roça, as mulheres também precisam estar amparadas pela lei. Diferentemente do que ocorre nas grandes cidades, essas mulheres não contam nem com a ajuda de vizinhos para denunciar caso de violência”, disse Iriny, ressaltando que o Ministério Público poderia ter uma estrutura itinerante para atendê-las.
Maria da Penha: "As mulheres agora sabem o que fazer, mas, quando se encorajam para denunciar, falta o aparato do Estado".
No Brasil existem 70 juizados de violência doméstica. Além disso, existem 388 delegacias especializadas no atendimento à mulher, 193 centros de referência para tratamento das vítimas e 71 casas para que essas mulheres sejam abrigadas temporariamente. A mulher que sofre uma violência doméstica pode recorrer à Central de Atendimento à Mulher por meio do telefone 180. O serviço, da Secretaria de Políticas para as Mulheres, registrou 734.416 atendimentos em 2010, sendo que 108.026 foram relatos de violência física, psicológica, moral ou sexual. Também foram registradas 58.714 ocorrências de lesão corporal e 15.324 de ameaças, o que corresponde a 55% e 14,4% do total de relatos de violência, respectivamente.
Para a própria Maria da Penha, o número de juizados especiais e delegacias da mulher é insuficiente para atender a demanda do País. “As mulheres agora sabem o que fazer, mas quando se encorajam para denunciar, falta o aparato”, disse em entrevista ao iG.
O nome da lei é uma homenagem a farmacêutica e bioquímica cearense que sofreu diversas tentativas de homicídio por parte do marido. Em maio de 1983, ele deu um tiro em Maria da Penha, que ficou paraplégica. Após aguardar a decisão da Justiça e não ver resultados, ela entrou com uma ação contra o País na Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH). Esse foi o primeiro relato sobre violência doméstica feito ao órgão na América Latina. Em 2001, o Estado brasileiro foi condenado, pela primeira vez na história, por negligência, omissão e tolerância em relação à violência doméstica. O marido de Maria da Penha foi condenado 12 anos depois do crime. Ele ficou preso por dois anos, em regime fechado, e hoje está livre.

Paula



‘Em briga de marido e mulher temos de meter a colher’


A ministra Iriny Lopes, da Secretaria de Políticas para as Mulheres, quer quebrar o dito popular de que, “em briga de marido e mulher, ninguém mete a colher”. Para ela, “meter a colher” é uma obrigação da sociedade, que deve denunciar vizinhos, amigos, conhecidos ou desconhecidos que pratiquem violência contra pessoas do sexo feminino.
Em entrevista ao iG, Iriny fez um balanço da Lei Maria da Penha e citou avanços na luta da violência contra a mulher. Apesar disso, ponderou que muito ainda precisa ser feito e cobrou uma maior articulação e investimento de recursos do Judiciário e do Poder Executivo na instalação de delegacias da mulher e juizados especiais.
“Temos muito desafios pela frente, mas também temos o que comemorar”, disse.

iG: A Lei Maria da Penha faz cinco anos. O que aconteceu com os casos de violência contra a mulher nesse período? Aumentaram ou diminuíram?
Iriny Lopes:
 Nós podemos fazer afirmativa responsável que aumentou o número de denúncias. Mas o Ministério da Justiça e nós da Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM) estamos organizando um formulário e um termo de notificação que nos dê segurança para saber se é só aumento de denúncia ou também de casos de violência, que são coisas diferentes.

iG: Um dos problemas da violência contra a mulher é que ela nem sempre acontece aos olhos da população, ficando restrita ao ambiente doméstico. É preciso estimular pessoas, que não o casal, a denunciar?
Iriny: Em briga de marido e mulher temos a obrigação de meter a colher. Temos de ligar para o 180, que é o número para contar sobre casos de violência. Com a ligação nós podemos tomar as providências cabíveis a cada tipo de denúncia porque são denúncias com teor diferenciado. E temos de ressaltar que a pessoa que denuncia fica totalmente protegida, não há divulgação de sua identidade. Estamos perto de dois milhões de casos de denúncia recebidas pelo 180. E a credibilidade do 180 está se ampliando, pois, ao denunciar, as medidas são tomadas. Então, não se deve assistir de braços cruzados à violência praticada contra qualquer mulher, seja ela uma mulher de oito anos seja ela uma mulher de 80 anos.
iG: Então a lei e seu disque denúncia têm funcionado e estimulado a ação das autoridades?
Iriny:
 Hoje as mulheres têm mais coragem de denunciar, se sentem com mais poder. Hoje as mulheres têm mais conhecimento de seus direitos e nós já conseguimos fazer com que o Estado brasileiro, a partir da Lei Maria da Penha, comece a se responsabilizar no pacto de enfrentamento à violência, no respeito à instalação da rede de proteção e acolhimento à mulher vitima de violência. A situação é melhor que há 5 anos, mas não está ideal.
iG: O que é necessário para que a situação seja melhor?
Iriny:
 O que precisamos do ponto de vista do judiciário estadual é a instalação dos juizados especiais. E por parte dos governos federal e municipais é a instalação e o funcionamento da rede prevista no pacto de enfrentamento à violência. Também é preciso ampliar o número de delegacias. O que o governo federal pode fazer, e deve e tem obrigação de fazer, é discutir no orçamento, prever orçamentariamente, pois a ele não cabe ir ao Estado e instalar. Essa não é sua competência institucional, é responsabilidade dos governos dos Estados e das prefeituras.
iG: E no caso do judiciário?
Iriny: 
Da mesma forma, a instalação das varas especiais dos juizados específicos para tratamento das denúncias de enfrentamento da violência contra a mulher é de responsabilidade das instâncias estaduais do judiciário. Assim como também do Ministério Público em sua esfera estadual.
iG: Nesses cinco anos de Maria da Penha, se chegou onde se pretendia?
Iriny:
 Ainda não. Chegamos ao reconhecimento da necessidade da lei. Chegamos ao reconhecimento da diferenciação da violência universal e da violência praticada contra as mulheres. Já temos um número considerável de processos em curso e alguns concluídos. Agregamos a responsabilidade federativa entre os diversos entes, o governo federal, os governos estaduais e os governos municipais, no sentido das políticas públicas de prevenção e de enfrentamento da violência. Isso é uma vitória, sem dúvida nenhuma, mas dizer que está pleno ou que está superado o tema da violência não. Pelo contrário, todas essas medidas trouxeram à luz o volume da violência que existia e estava invisível no Brasil. Por isso, deve ser exigido por todos nós mais recursos, mais políticas, mais articulação e uma transversalidade afinada com resultados. Temos muitos desafios pela frente, mas também temos o que comemorar.
iG: A Secretaria de Políticas para as Mulheres está realizando um seminário sobre a Lei Maria da Penha em Brasília. Em que aspecto ele pode ser positivo para a aplicação da lei? 
Iriny:
 O seminário está sendo positivo para termos um balanço do cumprimento da lei, um balanço do envolvimento das partes que precisam estar articuladas para que a lei seja cumprida. E esse seminário nos ajuda inclusive junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento das Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADI’s), para que a gente elimine de vez o debate doutrinário dos artigos 41 e 16 e a lei não seja mais contestada e possa ser aplicada plenamente.



Paula

Onde tem violência, todo mundo perde

Paula

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Campanha “Mulheres e Direitos” pelo fim da violência e pela igualdade de gênero

Peças são estreladas por Maria da Penha Maia Fernandes, cuja história impulsionou a criação da Lei 11.340/06, de prevenção e erradicação da violência contra a mulher, que completará 5 anos no domingo (7/8)

Brasília, 1º de agosto de 2011 - As Nações Unidas e parceiros vão lançar, na sexta-feira (5/8), no Rio de Janeiro, a campanha “Mulheres e Direitos”, composta por três filmes para TV sobre a importância da denúncia dos casos de violência contra as mulheres e acionamento do serviço 180 – Central de Atendimento à Mulher. A campanha tem como objetivo principal contribuir para a conscientização da população com vistas à redução da violência contra a mulher e para a promoção da equidade de gênero e da saúde da mulher. O ato de lançamento acontecerá às 10h30, no Palácio do Itamaraty, nas presenças da Ministra da Igualdade Racial, Luiza Bairros, de Maria da Penha Maia Fernandes, atores e atrizes dos filmes, representantes da Secretaria de Políticas para as Mulheres, da sociedade civil e do Sistema das Nações Unidas.

As peças são estreladas por Maria da Penha Maia Fernandes, cuja história impulsionou a criação da Lei 11.340/06, de prevenção e erradicação da violência contra a mulher, que completará 5 anos no domingo (7/8). O primeiro filme é dirigido aos homens. Os atores Milton Gonçalves e Bernardo Mesquita e o dançarino Carlinhos de Jesus convocam a sociedade a acabar com a violência contra as mulheres. Eles lembram ainda o avanço das mulheres na sociedade brasileira e tomam partido pela igualdade de gênero.

No segundo filme, quatros mulheres – negra, indígena, branca e outra de meia idade – buscam ajuda numa delegacia especializada de atendimento à mulher. A sequência registra o momento em que as mulheres dão um basta à violência e acessam os serviços públicos. Na terceira peça, duas mulheres do Norte do país – uma negra e outra indígena – lavam roupa num rio e conversam sobre os primeiros sinais da violência, quando os homens começam a querer controlar as suas vidas.

A campanha “Mulheres e Direitos” é uma iniciativa da ONU e parceiros: o UNAIDS – Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids, a ONU Mulheres – Entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e o Empoderamento das Mulheres, o UNFPA – Fundo de População das Nações Unidas,  o UNICEF – Fundo das Nações Unidas para a Infância, o UNIC Rio – Centro  de Informação Pública das Nações Unidas para o Brasil e o Instituto Maria da Penha, com apoio da German Backup Initiative da GIZ. Os filmes foram produzidos pela Documenta Filmes, tendo direção de Angela Zoé e coordenação da [X] Brasil Publicidade em Causas/Daniel de Souza.

Lançamento da campanha “Mulheres e Direitos”
Data: 5 de agosto de 2011 (sexta-feira)
Horário: 10h30
Local: Palácio Itamaraty (Av. Marechal Floriano, 196) – Rio de Janeiro/RJ

Paula

Video: Campanha Ponto Final 2

Viral produzido pela Campanha Ponto Final na Violência contra as Mulheres e Meninas.

Ao completar cinco anos, Lei Maria da Penha é tema de seminário

Será realizado, nos dias 3 e 4 de agosto, o Seminário Lei Maria da Penha – 5 anos, em comemoração ao aniversário da legislação que coíbe e previne a violência doméstica e familiar contra a mulher. Representantes do sistema de Justiça irão discutir pontos a serem aperfeiçoados na aplicação da Lei para efetivar a proteção às vítimas e a punição ao agressor. A abertura será às 9 horas da quarta-feira (03/08), no Ministério da Justiça, e terá a participação dos ministros José Eduardo Cardozo (Justiça) e Iriny Lopes (Secretaria de Políticas para as Mulheres). 

Também participarão da solenidade as ministras Carmem Lúcia (Supremo Tribunal Federal) e Eliana Calmon (Superior Tribunal de Justiça), além da senadora Marta Suplicy, da deputada federal Janete Pietá e do secretário de Reforma do Judiciário do Ministério da Justiça, Marcelo Vieira. Confira a programação completa

A Lei Maria da Penha incorporou ao ordenamento jurídico brasileiro um conjunto de medidas para assegurar à mulher o direito à integridade física, sexual, psíquica e moral. A constitucionalidade de alguns artigos da Lei, porém, ainda é discutida, sob o argumento de que, ao tratar de forma diferenciada homens e mulheres submetidos à violência doméstica, a Lei feriria o princípio da isonomia. 

O que a Lei faz é tratar de forma desigual aqueles que estão em situações desiguais. A mulher, ao sofrer violência doméstica, está em situação desigual perante o homem. E, por isso, a Lei oferece a ela mecanismos de proteção. 

Aguarda ser julgada no Supremo Tribunal Federal a Ação Declaratória de Constitucionalidade nº 19 para dar uma resposta definitiva à questão. No entanto, em março o STF já reconheceu, por unanimidade, a constitucionalidade da Lei Maria da Penha ao negar um habeas corpus em favor de um réu acusado de agressão à mulher.

Assistência – Segundo pesquisa da Fundação Perseu Abramo, a cada dois minutos, cinco mulheres são agredidas no Brasil. Em uma das iniciativas para oferecer atendimento a elas, a Secretaria de Reforma do Judiciário do Ministério da Justiça realiza desde 2008 a ação de Efetivação da Lei Maria da Penha. Até agora, já se apoiou a criação de 104 equipamentos públicos em 60 municípios de 23 estados brasileiros. São espaços como Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, Núcleos especializados de Atendimento à Mulher da Defensoria Pública e 34 Promotorias e Núcleos Especializados do Ministério Público. As ações, realizadas em parceria com o Conselho Nacional de Justiça e a SPM, também envolvem a promoção de espaços de discussão sobre o tema, como o Seminário Lei Maria da Penha – 5 anos. 

Paula

Acesso em: http://www.sepm.gov.br/noticias/ultimas_noticias/2011/07/ao-completar-cinco-anos-lei-maria-da-penha-e-tema-de-seminario

segunda-feira, 11 de julho de 2011

O custo econômico da violência doméstica

Segundo dados do Banco Mundial e do Banco Interamericano de Desenvolvimento:

· Um em cada 5 dias de falta ao trabalho no mundo é causado pela violência sofrida pelas mulheres dentro de suas casas.

· A cada 5 anos, a mulher perde 1 ano de vida saudável se ela sofre violência doméstica.

· O estupro e a violência doméstica são causas importantes de incapacidade e morte de mulheres em idade produtiva.

· Na América Latina e Caribe, a violência doméstica atinge entre 25% a 50% das mulheres.

· Uma mulher que sofre violência doméstica geralmente ganha menos do que aquela que não vive em situação de violência.

· No Canadá, um estudo estimou que os custos da violência contra as mulheres superam 1 bilhão de dólares canadenses por ano em serviços, incluindo polícia, sistema de justiça criminal, aconselhamento e capacitação.

· Nos Estados Unidos, um levantamento estimou o custo com a violência contra as mulheres entre US$ 5 bilhões e US$ 10 bilhões ao ano.

· Segundo o Banco Mundial, nos países em desenvolvimento, estima-se que entre 5% a 16% de anos de vida saudável são perdidos pelas mulheres em idade reprodutiva como resultado da violência doméstica.

· Um estudo do Banco Interamericano de Desenvolvimento estimou que o custo total da violência doméstica oscila entre 1,6% e 2% do PIB de um país.

Enviado por: Paula

Pesquisa Instituto Avon/IBOPE revela o que o brasileiro pensa sobre a violência doméstica

55% dos brasileiros conhecem casos de agressões familiares contra a mulher e 78% afirmam conhecer a Lei Maria da Penha

Como parte das ações voltadas para a erradicação da violência doméstica, o Instituto Avon patrocinou uma pesquisa quantitativa sobre o assunto, realizada pelo IBOPE Inteligência. Trata-se da Pesquisa Instituto Avon/IBOPE – Percepções sobre a Violência Doméstica contra a Mulher no Brasil. Ela foi realizada entre os dias 13 a 17 de fevereiro último, com 2002 entrevistados, em cidades com mais de 20 mil habitantes e capitais. O objetivo foi buscar o pensamento atual do brasileiro em relação ao tema.

A pesquisa consolida a percepção de que a sociedade já não aceita mais conviver com a violência doméstica e está atenta às políticas públicas voltadas para este assunto. A agressão contra a mulher é mais reconhecida, já que 55% dos brasileiros afirmam conhecer uma mulher que sofreu ou sofre agressões de seu parceiro e para 56% dos entrevistados, a violência doméstica contra a mulher é o problema que mais preocupa as brasileiras.

Também aumenta o conhecimento sobre a Lei Maria da Penha, de 68% (2008) para 78% (2009). Mas, na prática, ainda é muito alto o número dos que não acreditam na proteção jurídica e policial à mulher vítima de agressão.

Quando perguntados sobre a razão de a mulher agredida continuar a relação com o agressor, 24% dos entrevistados acham que isso acontece por falta de condições econômicas, 23% atribuem à preocupação com a criação dos filhos e 17% pensam que a relação não é desfeita porque a mulher tem medo de ser morta.

A pesquisa revela, ainda, que 39% dos entrevistados disseram ter tomado alguma atitude colaborativa quando soube de uma mulher que sofre ou sofreu agressões. O índice indica que um número importante considera a violência doméstica um problema público, não simplesmente uma "briga de casal", e essa atitude pode ser explicada pelo maior conhecimento da Lei Maria da Penha.

Para 40% das pessoas a mulher pode confiar na proteção jurídica e policial. Quando questionados sobre a Lei Maria da Penha, 44% acreditam que ela surte efeito, enquanto 14% acham que as leis não são e não serão cumpridas. Outros 56% consideram que a mulher não pode confiar na proteção jurídica e policial que existe no Brasil para não ser vítima da violência doméstica.

A opinião de 36% dos entrevistados é a de que a violência contra a mulher ocorre por uma questão cultural: “o homem brasileiro é muito violento” e “muito homem ainda se acha dono da mulher”. Na opinião de 48%, o exemplo dos pais aos filhos pode prevenir violência na relação entre homens e mulheres.

A pesquisa também mostra que para 51% a prisão do agressor é mais eficiente e 11% defendem a participação em grupos de reeducação como melhor medida jurídica.

Sobre a pequisa

Período: A pesquisa foi realizada entre os dias 13 e 17 de fevereiro de 2009.
Amostra: Foram realizadas 2.002 entrevistas em 142 municípios brasileiros.
Margem de erro: É de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, com intervalo de confiança de 95%.

Veja a pesquisa Aqui! 

Enviado por: Professora Gracia

Acesso em: http://www.ibope.com.br/calandraWeb/servlet/CalandraRedirect?temp=6&proj=PortalIBOPE&pub=T&nome=home_materia&db=caldb&docid=D7729580E3B30044832575A20052BAEC

quinta-feira, 16 de junho de 2011

"A Maria da Penha me transformou num monstro", revela o colombiano Heredia

Ex-marido da cearense símbolo de combate à violência doméstica fala à Istoé.
Por: Luciano Augusto

Em longa reportagem publicada na edição desta semana da revista Istoé, que chega às bancas neste domingo (23), o economista colombiano Marco Antonio Heredia Viveros, ex-marido da cearense Maria da Penha, revela como vive depois que decidiu se mudar de Fortaleza para o Rio Grande do Norte, na década de 80.
Na época, Heredias vivia com Maria da Penha e as três filhas do casal, e era apontado como o criminoso que acertou um tiro na espinha da mulher e a deixou paraplégica. Uma mulher que se tornaria o símbolo do combate à violência doméstica no Brasil e viraria nome de lei.
“A Maria da Penha me transformou num monstro. Não tentei matá-la. O único erro que cometi foi ter sido infiel. Por isso, ela armou toda essa farsa. Essa mulher é um demônio”, revela o colombiano.
Leia abaixo trecho da reportagem:
Heredia vive solitário, enfurnado em 12 metros quadrados de um quarto de pensão, na periferia de Natal. Mantém pouquíssimos contatos com os vizinhos. Apenas a dona da hospedaria sabe quem ele é. O funcionário da lan house, onde Heredia se corresponde com familiares da Colômbia, não faz ideia de que ele seja um ex-presidiário.
A balconista da mercearia, que lhe vende fiado, também desconhece o seu passado. “Não aceito que ninguém entre um centímetro na minha vida. Tiro a pessoa pelo pescoço”, garante Heredia. Ele decidiu se mudar para o Rio Grande do Norte em meados da década de 80, quando o cotidiano na capital cearense ficou insuportável.
Reportagem completa na Istoé
Trazido por: Valquiria