quinta-feira, 11 de julho de 2013

Um terço das mulheres sofre violência doméstica, diz OMS

Um terço das mulheres sofre violência doméstica no mundo, diz OMS

 

Quase 40% das mulheres vítimas de homicídio foram assassinadas por seus maridos. Organização Mundial da saúde considera o problema uma “ epidemia global de saúde 


Mais de um terço de todas as mulheres do mundo são vítimas de violência física ou sexual, o que representa um problema de saúde global com proporções epidêmicas, disse um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS).  A grande maioria das mulheres sofre agressões e abusos de seus maridos ou namorados, e sofrem problemas de saúde comuns que incluem ossos quebrados, contusões, complicações na gravidez, depressão e outras doenças mentais, diz o relatório.
 
O relatório constatou que a violência contra as mulheres é uma das causas para uma variedade de problemas de saúde agudos e crônicos, que vão desde lesões imediatas, infecções sexualmente transmissíveis, como HIV, à depressão e transtornos de saúde mental. Elas também são duas vezes mais propensas a abortar um filho indesejado.

“Como trabalho nesta área, os números não me surpreenderam”, afirmou Karen Devries, outra co-autora do estudo. “Mas acredito que para muitos, eles serão chocantes, porque a violência doméstica acontece no âmbito íntimo e as mulheres não se sentem à vontade de divulgar suas experiências, então muitos não compreendem a magnitude do problema”. “Cada país deve estabelecer suas próprias soluções para o problema,” continua Karen. “Ainda temos que aprender o que causa a violência, mas existem exemplos promissores em alguns países. Por exemplo, um programa na África do Sul diminuiu a violência pela metade em dois anos”.

A OMS está emitindo orientações para os profissionais de saúde sobre como ajudar as mulheres que sofrem violência doméstica ou sexual. Eles salientam a importância em treinar os profissionais de saúde para reconhecer quando as mulheres podem estar em risco de ser agredida pelo parceiro e souber como agir.
Em um comunicado que acompanha o relatório, a diretora-geral da OMS, Margaret Chan, disse que a violência causa problemas de saúde com "proporções epidêmicas", acrescentando: "os sistemas de saúde do mundo podem e devem fazer mais pelas mulheres que sofrem violência."

quinta-feira, 4 de julho de 2013

A violência contra mulher na mídia


A violência contra a mulher na mídia

                             Fonte da Imagem: http://sessao.tv.br/tag/carminha-apanha/
Quando pensamos em violência contra a mulher, a primeira idéia que passa pela nossa cabeça é, certamente, a da violência doméstica. São tantas as mulheres que têm a sua integridade física violada diariamente que acabamos “condicionando-nos” a conceber este tipo de violência como “padrão”. Entretanto, a violência contra as mulheres é exercida de maneira bastante plural, muitas vezes, camuflada em forma de propaganda, piada ou cena de novela/programa de TV.
Neste âmbito, a televisão é uma das principais difusoras e perpetuadoras de tal condição. Por mais que a internet esteja cada vez mais acessível para grande parte da população de nosso país, a televisão ainda é o meio de comunicação mais popular e mais utilizado pelos brasileiros. São milhões de pessoas que assistem todos os dias, atrações que ao invés de educar ou de promover a tolerância e a cidadania, reforçam estereótipos e preconceitos. Estes, quase sempre, envolvendo a mulher.
E como se não bastasse tudo isso, novelas exibidas em horário nobre mostram cenas com uma conotação extremamente machista. Estas são apenas algumas das situações que demonstram como a mulher é desrespeitada pela mídia que deveria fazer de tudo para que os direitos delas (e de todos) sejam garantidos. E, enquanto formadora de opinião, deve ser responsabilizada por aquilo que exibe e dissemina.
Afinal, como podemos lutar pela equidade entre gêneros se os próprios meios de comunicação não colaboram para quebrar paradigmas?
A violência contra a mulher deve ser combatida em todas as suas formas. Uma simples piada pode fomentar uma atitude que envolva a violência física. Uma simples cena de novela pode justificar e naturalizar um comportamento agressivo. As tentativas de diminuir a importância de uma mudança significativa em nossa política podem ser os primeiros passos para validar uma relação de poder norteada pela injustiça.
Por isso, defender a regulamentação daquilo que lemos ou assistimos é uma forma de prevenção à violência contra a mulher. E, por favor, não chamem isso de censura. A mídia não é “terra de ninguém”, onde todo mundo fala o que quer e confunde liberdade de expressão como um passe livre para agredir e humilhar.