segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Dia Internacional da Não Violência Contra a Mulher

Mundo celebra o 'Dia Internacional da Não Violência contra a Mulher'

Data foi estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU)




 
        Dia 25 de Novembro, é o Dia Internacional de Luta contra a Violência sobre a Mulher, instituído, em 1999, pala Organização das Nações Unidas (ONU).
        A data foi escolhida para homenagear as irmãs Mirabal (Pátria, Minerva e Maria Teresa), assassinadas pela ditadura de Leônidas Trujillo na República Dominicana.
        Em 25 de Novembro de 1991 teve início a Campanha Mundial pelos Direitos Humanos das Mulheres, sob a coordenação do Centro de Liderança Global da Mulher, que propôs 16 Dias de Ativismo contra a Violência sobre as Mulheres.
        Os 16 dias começam no 25 de Novembro e encerram-se no dia 10 de Dezembro, aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, proclamado em 1948.
        A violência conjugal tem forte impacto sobre a saúde física e mental das mulheres. Os atos ou ameaças de violência, infundem medo e insegurança. As mulheres têm medo por causa do poder dos homens, em particular dos maridos, e este próprio medo serve para justificar o poder.
        A violência doméstica, nas suas manifestações física, sexual e psicológica, é um problema de saúde pública, relevante pela magnitude do número de vítimas, bem como pela enorme quantidade de recursos despendidos.
        As mulheres agredidas tendem a ser menos produtivas. Faltam mais, apresentam dificuldade de concentração e desenvolvem uma baixa auto-estima. Estão também mais propensas à depressão e ao “stress”.
        O Banco Mundial estima que, em termos médios, um em cada cinco dias de absentismo do trabalho feminino, decorre da violência.
        Em vários países, começaram a ser postas em prática políticas públicas, destinadas a enfrentar este flagelo social.
        O combate à violência contra a mulher, exige ações integradas em diversos níveis, áreas e instâncias. Como problema público, exige políticas públicas, decididas e devidamente apoiadas.
        A violência contra a mulher é um problema complexo, que não se resolverá de forma simplista.  Encontrar soluções, representa um enorme desafio para para todos os segmentos da sociedade.
        Tal como o problema do racismo, é um problema de todos e de nenhuma raça em particular, também, o problema da violência contra a mulher, é um problema de todos e não apenas das mulheres.
        A violência contra a mulher é, também, um problema de saúde pública. O reconhecimento deste fato, implica a qualificação e formação dos profissionais de saúde, para enfrentarem este problema.
        As mulheres têm de continuar a trabalhar para conquistarem espaços de cidadania, fazendo valer os seus direitos e ter uma maior participação nas políticas públicas.

 
 



sábado, 28 de setembro de 2013

Nevicom Apresenta Resultados do Grupo Sermais


O Grupo Nevicom (Núcleo de Estudos da Violência contra a mulher) iniciou em janeiro de 2013 um trabalho junto aos homens que foram sentenciados pela Lei Maria da Penha. A estes homens foi substituída a “Pena Privativa de Liberdade” pela “Restritiva de Direitos”, que consiste no comparecimento semanal ao Grupo de Reflexão por um período de quatro meses.
Este Grupo dos autores da violência doméstica e familiar contra a mulher, denominado de “Grupo Sermais” tem o objetivo de fazer com que estes homens também sejam ouvidos, e que possam a partir da reconstrução da sua história, ter a possibilidade de reescrevê-la de forma que a violência não seja mais uma opção. Temas como gênero, alienação parental e família também são trabalhados com os autores da violência, bem como saúde masculina e a própria Lei Maria da Penha.
O NEVICOM finalizou o primeiro grupo em julho de 2013, e no dia 16 de agosto a equipe do Nevicom apresentou seus resultados para as Juízas que atuam junto à Vara da Violência Doméstica, as Drª.Alessandra Pimentel Munhoz do Amaral, Drª Larissa A. C. Muniz e a promotora Drª. Adélia Souza Simões.
 O grupo Sermais é composto por uma equipe multidisciplinar com estagiários de psicologia da Faculdade Sant’ana, e de serviço social e direito da UEPG, tendo como coordenadores, profissionais de Direito, Serviço Social e Psicologia.

 
Na apresentação, a Dra. Laryssa (que também é idealizadora e voluntária do projeto) ressaltou a importância da existência do mesmo, “porque a finalidade última da lei é a reeducação do agressor no que tange aos conceitos e valores que vieram a determinar a prática da infração”, que apenas pode ser atingida com a reflexão dos próprios autores sobre seu comportamento.   
Salientou ainda que o Poder Judiciário tem que atuar para além da aplicação de medidas punitivas, mas também no âmbito social.
Para isso citou Victor Hugo fazendo um paralelo entre o livro “O Corcunda de Notre Dame” e sua prática jurídica. Contou de uma passagem do livro onde o Corcunda que é surdo, é julgado por um juiz, também surdo. A partir desta passagem da história o corcunda responde o que não ouve, e o juiz pergunta sem ouvir supondo uma resposta.
 
Conforme citação do livro :

“Mas há um caso que não tinha sido previsto: um surdo interrogando outro. Quasímodo, sem ser informado da pergunta a ele dirigida, continuou a olhar o juiz fixamente e não respondeu.juiz, que não fora informado da surdez do acusado, pensou que ele houvesse respondido como faziam em geral todos os acusados.”


Por fim, a Drª.Larissa terminou sua fala , “dizendo que o Grupo Sermais dava a certeza de que não seria mais um caso de um juiz surdo aplicando uma sentença em que a pessoa que o recebia sequer tinha consciência do motivo pelo qual havia recebido a pena; sabia que para aqueles homens que haviam participado do grupo algo havia mudado, alguma coisa havida sido feita no sentido de que esses comportamentos pudessem ser modificados. Para eles, o Grupo havia feito a diferença.
 

 

Por: Aurea Lúcia Pioli - Estagiária do Curso de Psicologia, Luana Billerbeck - Coordenadora do Nevicom e  Mariana Coelho Guidotti - Estagiária de Direito do Nevicom
 

Como conversar com meninas


Este texto da Lisa Bloom nos faz pensar no quanto pequenas atitudes na educação das crianças podem modificar comportamentos sociais de décadas. Então da próxima vez que for conversar com uma menina, tente segurar o impulso de dizer apenas o quanto ela é linda para ressaltar e estimular outras qualidades e potencialidades que ela já tem ou pode desenvolver.



 
Como conversar com meninas

Eu fui a um jantar na casa de uma amiga na semana passada, e encontrei sua filha de 5 anos pela primeira vez. A pequena Maya tinha os cabelos castanhos e cacheados, olhos escuros, e estava adorável em seu vestidinho rosa e brilhante. Eu queria gritar, “Maya você é tão fofa! Veja só! Dê uma voltinha e desfile esse vestidinho rosa, sua coisinha linda!”

Mas eu não fiz isso. Eu me contive. Como sempre me contenho quando conheço garotinhas, negando meu primeiro impulso, que é dizer o quão fofas/lindas/bonitas/bem vestidas/de unhas feitas/cabelo arrumado elas são/estão.

“O que há de errado nisso? É a conversa padrão de nossa cultura para quebrar o gelo com as meninas, não é? E por que não fazer-lhes um elogio sincero para elevar suas auto-estimas? Porque elas são tão lindas que eu simplesmente quero explodir de tanta fofura quando as encontro, sinceramente.”

Guarde este pensamento por um tempo.

Esta semana a ABC News informou que quase metade das meninas de 3 a 6 anos se preocupam por estarem gordas. No meu livro, Think: Straight Talk for Women to Stay Smart in a Dumbed-Down World, eu revelo que 15 a 18% das meninas com menos de 12 anos usam rímel, delineador e batom regularmente; distúrbios alimentares estão em alta e a auto-estima está em baixa; e 25% das jovens mulheres americanas prefeririam vencer o America’s Next Top Model a ganhar o prêmio Nobel da Paz. Até universitárias inteligentes e bem sucedidas dizem que preferem ser ‘gostosas’ a serem inteligentes. Recentemente uma mãe de Miami morreu durante uma cirurgia estética, deixando dois filhos adolescentes. Isso não pára de acontecer, e isso parte o meu coração.

Ensinar as meninas que a aparência delas é a primeira coisa que se nota ensina a elas que o visual é mais importante do que qualquer outra coisa. Isso as leva a fazer dieta aos 5 anos de idade, usar base aos 11, implantar silicone aos 17 e aplicar botox aos 23. Enquanto a exigência cultural de que as garotas sejam lindas 24 horas por dia se torna regra, as mulheres têm se tornado cada vez mais infelizes. O que está faltando? Um sentido para a vida, uma vida de idéias e livros e de sermos valorizadas por nossos pensamentos e realizações.

Eu me esforço para falar com as meninas assim:

“Maya,” eu disse, me ajoelhando até ficar da sua altura, olhando em seus olhos, “prazer em conhecê-la”.

“O prazer é todo meu,” ela disse, com a voz já bem treinada e educada para falar com adultos como uma boa menina.

“Hey, o que você está lendo?” Perguntei, com um brilho nos olhos. Eu amo livros. Sou louca por eles. Eu deixo isso transparecer.

Seus olhos ficaram maiores, e ela demonstrou uma empolgação genuína, mas contida, sobre o assunto. Ela pausou, no entanto, tímida por estar com um adulto desconhecido.

“Eu AMO livros,” eu disse. “E você?”

A maioria das crianças gosta de livros.

“SIM,” ela disse. “E agora eu consigo ler sozinha!”

“Que incrível!” eu disse. E é incrível, para uma menina de 5 anos.

“Qual é o seu livro preferido?” perguntei.

“Vou lá pegar! Posso ler pra você?”

Purplicious foi a escolha de Maya, um livro novo para mim, e Maya se sentou junto a mim no sofá e leu com orgulho cada palavra em voz alta, sobre a nossa heroína que adora rosa mas é perturbada por um grupo de garotas na escola que só usam preto. Infelizmente, o livro era sobre garotas e o que elas vestiam, e como suas escolhas de roupas definiam suas identidades. Mas depois que Maya virou a última página, eu conduzi a conversa para as questões mais profundas do livro: meninas más e pressão dos colegas, e sobre não seguir a maioria. Eu contei pra ela que minha cor preferida é o verde, porque eu amo a natureza, e ela concordou com isso.

Em nenhum momento nós discutimos sobre as roupas, o cabelo, o corpo ou quem era bonita. É surpreendente o quão difícil é se manter longe desses tópicos com meninas pequenas, mas eu sou teimosa!

Eu falei para ela que eu tinha acabado de escrever um livro, e que eu esperava que ela escrevesse um também, algum dia. Ela ficou bastante empolgada com essa ideia. Nós duas ficamos muito tristes quando Maya teve que ir pra cama, mas eu disse a ela para da próxima vez escolher outro livro para lermos e falarmos sobre ele. Ops! Isso a deixou animada demais para dormir, e ela levantou algumas vezes…

Aí está, um pouquinho de oposição a uma cultura que passa todas as mensagens erradas para as nossas meninas. Um empurrãozinho em direção à valorização do cérebro feminino. Um breve momento sendo um modelo a ser seguido, intencionalmente. Meus poucos minutos com a Maya vão mudar a multibilionária indústria da beleza, os reality shows que diminuem as mulheres, a nossa cultura maníaca por celebridades? Não. Mas eu mudei a perspectiva de Maya por pelo menos aquela noite.

Tente isto da próxima vez que você conhecer uma garotinha. Ela pode ficar surpresa e incerta no começo, porque poucos perguntam sobre sua mente, mas seja paciente e insista. Pergunte-a o que ela está lendo. Do que ela gosta ou não gosta, e por quê? Não existem respostas erradas. Você apenas está gerando uma conversa inteligente que respeita o cérebro dela. Para garotas mais velhas, pergunte sobre eventos atuais: poluição, guerras, cortes no orçamento para educação. O que a incomoda no mundo? Como ela consertaria se tivesse uma varinha mágica? Você pode receber algumas respostas intrigantes. Conte a ela sobre suas ideias e conquistas e seus livros preferidos. Mostre para ela como uma mulher pensante fala e age.

 Por: Aurea Lúcia Pioli - Estagiária do Curso de Psicologia do Nevicom

sábado, 31 de agosto de 2013

Lei Maria da Penha - 7 anos


No mês em que a Lei Maria da Penha completa 07 anos de vigência, o Instituto Data Popular e o Instituto Patrícia Galvão realizaram a Pesquisa Percepção da Sociedade sobre Violência e Assassinato de Mulheres. Foram coletadas 1.501 entrevistas com mulheres e homens maiores de 18 anos, em 100 municípios das 5 regiões do Brasil, entre os dias 10 e 18 de maio de 2013. Entre os dados mais relevantes da pesquisa, podemos destacar que 98% dos entrevistados conheciam a Lei Maria da Penha e, para 86%, as mulheres passaram a denunciar mais os casos de violência doméstica após a Lei Maria da Penha. A pesquisa mostra, também, que 54% das pessoas conhecem uma mulher que já foi agredida por um parceiro e que a vergonha e o medo de ser assassinada são percebidas como as principais razões para a mulher não se separar do agressor.
Aproveitando, também, o mês de aniversário da Lei Maria da Penha, no dia 06, véspera dos 07 anos da Lei, foi divulgado em fortaleza o primeiro vídeo produzido pelo Instituto Maria da Penha, com apoio do Instituto Avon, que tem duração de 17 minutos e conta a história de quatro mulheres que sofreram algum tipo de violência doméstica, inclusive a Maria da Penha. Esse vídeo será veiculado em oficinas educativas por todo o Brasil e tem como principal objetivo levar ao conhecimento do público os serviços disponíveis para apoiar a mulher. Veja abaixo um pequeno trecho do filme:
 
 
Por: Mariana Coelho Guidotti - Estagiária de Direito do Nevicom


sexta-feira, 30 de agosto de 2013

E você? Saberia o que fazer?


      Há alguns  domingos atrás o programa Fantástico mostrou um caso fictício em seu quadro chamado “Vai fazer o quê?” que mostrava uma mulher tentando impedir o marido bêbado de dirigir o carro dos dois.  Várias pessoas passaram enquanto a cena se desenrolava e apesar de perceberem o que ocorria e até sentirem-se incomodados, nada fizeram. Apenas duas das pessoas que passaram pela cena fizeram alguma intervenção com a finalidade de ajudar a mulher a impedir que o marido bêbado pegasse o carro.

      Uma dessas pessoas era um vendedor de sorvetes que deixando seu carrinho para trás, tentou conseguir um táxi para que os dois pudessem ir para casa em segurança. Outra mulher, moradora do prédio em frente à encenação, foi solidária e tentou apelar para a consciência do homem, sensibilizando-o através de alguns apelos do tipo: “Você tem filhos, pensa nos teus filhos...” Esta mesma senhora bem intencionada, chegou até mesmo a oferecer a própria casa para que ele fosse até lá, tomasse um café e se acalmasse.


 
       Este novo quadro do Fantástico estreou no mês de julho(21) e só no primeiro dia atingiu 20 pontos, o que equivale a 62 mil domicílios na cidade de São Paulo (segundo publicado na Folha de São Paulo do dia 23/07/2013 em reportagem assinada por Keila Jimenez). Através destes dados, podemos fazer uma idéia do número de pessoas que, no domingo dia 11 de julho, assistiu a encenação. O quadro mostra uma cena montada por atores para colocar as pessoas nas mais diversas situações do cotidiano e pode servir também para conscientizar a todas as pessoas das atitudes que podem ser tomadas diante destas situações teatralizadas.

      Através desta pequena atração do Fantástico pode-se perceber que de fato as pessoas desconhecem que atitudes podem, ou até mesmo que devem ser tomadas em uma determinada situação como a que foi mostrada. Mostra ainda, que as crenças a respeito do que deve ser feito quando se presencia um conflito entre casais é a prova de que o velho ditado popular “Em briga de marido e mulher ninguém mete a colher” continua mais arraigado do que nunca em nossa cultura. Muitas das pessoas que viram o conflito relataram inclusive o medo de intervir por tratar-se de uma situação que acontecia entre um casal.

EM BRIGA DE MARIDO E MULHER, É DEVER DE TODOS METER A COLHER!

      Casos de violência contra a mulher não importando a idade que ela tenha, devem ser comunicados ao número 180, que é o número utilizado para fazer qualquer denúncia de violência. A pessoa que denuncia não precisa ter medo, pois ela não será identificada, ficando, portanto totalmente protegida. A Central de Atendimento à Mulher é um Serviço do Governo Federal que auxilia e orienta as mulheres vítimas de violência por meio do número de utilidade publica 180. As ligações podem ser feitas gratuitamente de qualquer parte do território nacional.
 
Segundo a lei Maria da Penha no Art.5 º:

A violência doméstica e familiar contra a mulher constitui uma das formas de violação dos direitos humanos.

                Entendo que uma lei promulgada há apenas 6 anos não é capaz de apagar as profundas marcas históricas e culturais de milênios em relação as representações sociais do que é ser mulher nos dias de hoje. É aos poucos que se constroem no coletivo, novos paradigmas que venham de encontro às novas leis, que claro, estão a serviço de garantir a dignidade de todos.

                A Lei Maria da Penha trouxe para a esfera publica o que até então era considerado da ordem privada. ”A violência doméstica tida como algo da dimensão do privado alcança a esfera pública e torna-se objeto de políticas específicas”. (apud Silva Lima)

                Trata-se de não mais ignorar ou fechar os olhos para a maneira que tratamos e vemos nossas mulheres na nossa sociedade, mas de nos posicionarmos de maneira a garantir a proteção quando se faz necessário.

                Por: Aurea Lúcia Pioli - Estagiária do Curso de Psicologia do Nevicom

Referências:

·  CONHEÇA A LEI QUE PROTEGE AS MULHERES da Violência Doméstica e Familiar. Lei Maria da Penha – Lei nº 11.340/2006. Secretaria de Políticas para as Mulheres.Brasília 2012.
·  CAVALCANTI, Luciana. Site F5 do Uol. 2005. Atualizada em: 14 agosto. Disponível em http://f5.folha.uol.com.br/televisao/2013/07/1315081-com-quadro-de-pegadinha-fantastico-marca-20-pontos-de-audiencia.shtml. Acesso em: 14 agosto 2004.
·  II PLANO NACIONAL de Políticas Públicas para as Mulheres – Presidência da República. Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres. Brasília 2008.
·  LIMA, Elaine Cristina da Silva et al. POLÍTICAS PÚBLICAS E PSICOLOGIA “ LEI MARIA DA PENHA”: Londrina, 2010.54 p.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Um terço das mulheres sofre violência doméstica, diz OMS

Um terço das mulheres sofre violência doméstica no mundo, diz OMS

 

Quase 40% das mulheres vítimas de homicídio foram assassinadas por seus maridos. Organização Mundial da saúde considera o problema uma “ epidemia global de saúde 


Mais de um terço de todas as mulheres do mundo são vítimas de violência física ou sexual, o que representa um problema de saúde global com proporções epidêmicas, disse um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS).  A grande maioria das mulheres sofre agressões e abusos de seus maridos ou namorados, e sofrem problemas de saúde comuns que incluem ossos quebrados, contusões, complicações na gravidez, depressão e outras doenças mentais, diz o relatório.
 
O relatório constatou que a violência contra as mulheres é uma das causas para uma variedade de problemas de saúde agudos e crônicos, que vão desde lesões imediatas, infecções sexualmente transmissíveis, como HIV, à depressão e transtornos de saúde mental. Elas também são duas vezes mais propensas a abortar um filho indesejado.

“Como trabalho nesta área, os números não me surpreenderam”, afirmou Karen Devries, outra co-autora do estudo. “Mas acredito que para muitos, eles serão chocantes, porque a violência doméstica acontece no âmbito íntimo e as mulheres não se sentem à vontade de divulgar suas experiências, então muitos não compreendem a magnitude do problema”. “Cada país deve estabelecer suas próprias soluções para o problema,” continua Karen. “Ainda temos que aprender o que causa a violência, mas existem exemplos promissores em alguns países. Por exemplo, um programa na África do Sul diminuiu a violência pela metade em dois anos”.

A OMS está emitindo orientações para os profissionais de saúde sobre como ajudar as mulheres que sofrem violência doméstica ou sexual. Eles salientam a importância em treinar os profissionais de saúde para reconhecer quando as mulheres podem estar em risco de ser agredida pelo parceiro e souber como agir.
Em um comunicado que acompanha o relatório, a diretora-geral da OMS, Margaret Chan, disse que a violência causa problemas de saúde com "proporções epidêmicas", acrescentando: "os sistemas de saúde do mundo podem e devem fazer mais pelas mulheres que sofrem violência."

quinta-feira, 4 de julho de 2013

A violência contra mulher na mídia


A violência contra a mulher na mídia

                             Fonte da Imagem: http://sessao.tv.br/tag/carminha-apanha/
Quando pensamos em violência contra a mulher, a primeira idéia que passa pela nossa cabeça é, certamente, a da violência doméstica. São tantas as mulheres que têm a sua integridade física violada diariamente que acabamos “condicionando-nos” a conceber este tipo de violência como “padrão”. Entretanto, a violência contra as mulheres é exercida de maneira bastante plural, muitas vezes, camuflada em forma de propaganda, piada ou cena de novela/programa de TV.
Neste âmbito, a televisão é uma das principais difusoras e perpetuadoras de tal condição. Por mais que a internet esteja cada vez mais acessível para grande parte da população de nosso país, a televisão ainda é o meio de comunicação mais popular e mais utilizado pelos brasileiros. São milhões de pessoas que assistem todos os dias, atrações que ao invés de educar ou de promover a tolerância e a cidadania, reforçam estereótipos e preconceitos. Estes, quase sempre, envolvendo a mulher.
E como se não bastasse tudo isso, novelas exibidas em horário nobre mostram cenas com uma conotação extremamente machista. Estas são apenas algumas das situações que demonstram como a mulher é desrespeitada pela mídia que deveria fazer de tudo para que os direitos delas (e de todos) sejam garantidos. E, enquanto formadora de opinião, deve ser responsabilizada por aquilo que exibe e dissemina.
Afinal, como podemos lutar pela equidade entre gêneros se os próprios meios de comunicação não colaboram para quebrar paradigmas?
A violência contra a mulher deve ser combatida em todas as suas formas. Uma simples piada pode fomentar uma atitude que envolva a violência física. Uma simples cena de novela pode justificar e naturalizar um comportamento agressivo. As tentativas de diminuir a importância de uma mudança significativa em nossa política podem ser os primeiros passos para validar uma relação de poder norteada pela injustiça.
Por isso, defender a regulamentação daquilo que lemos ou assistimos é uma forma de prevenção à violência contra a mulher. E, por favor, não chamem isso de censura. A mídia não é “terra de ninguém”, onde todo mundo fala o que quer e confunde liberdade de expressão como um passe livre para agredir e humilhar.